O sarampo voltou a preocupar as autoridades sanitárias das Américas. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) anunciou, nesta semana, que a região perdeu o status de área livre de transmissão endêmica, após o Canadá registrar circulação contínua do vírus por mais de 12 meses.
O Brasil, segundo o Ministério da Saúde, mantém a certificação de eliminação, obtida novamente em 2024. Mas o país voltou a registrar surtos localizados em 2025, com 34 casos confirmados até setembro, a maioria no estado do Tocantins. Embora o vírus ainda não tenha retomado circulação sustentada no Brasil, a desinformação e a queda vacinal continuam abrindo brechas.
De acordo com o Painel Epidemiológico do Ministério da Saúde, o país confirmou 34 casos de sarampo entre janeiro e setembro de 2025, distribuídos em sete unidades da federação: Tocantins (25), Mato Grosso (3), Rio de Janeiro (2), Maranhão (1), São Paulo (1), Distrito Federal (1) e Rio Grande do Sul (1). Desde então, novos casos já foram registrados.
O surto mais expressivo ocorreu em Campos Lindos (TO), após quatro brasileiros voltarem da Bolívia infectados. O episódio resultou em 25 infecções, sendo 22 dentro da própria comunidade e três na população geral.
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No Rio de Janeiro, dois bebês menores de um ano, sem histórico vacinal, também foram diagnosticados — ambos sem origem conhecida da infecção.
O sarampo é uma das infecções mais contagiosas conhecidas. Transmitido por via respiratória, o vírus pode permanecer suspenso no ar por até duas horas, o que facilita a disseminação mesmo em ambientes fechados após a saída do infectado. Os sintomas incluem febre alta, manchas avermelhadas da cabeça aos pés, irritação nos olhos e conjuntivite. Em casos graves, a doença pode evoluir para pneumonia, encefalite e até cegueira. Em crianças, pode levar à morte.


