Por: Leonardo Mascarenhas
Escrevo para o Conquista News com indignação e um apelo por mudanças. Quantas vezes você já teve medo de sair de casa ou viu a violência bater à porta de um vizinho? Ontem, essa violência chegou ao centro de Vitória da Conquista, e o resultado foi trágico. Natanael Santos da Silva sequestrou e baleou três mulheres no centro da cidade. Esse ato bárbaro não é um caso isolado, mas o retrato do abandono que enfrentamos. Natanael não apenas manchou o Natal, mas escancarou o resultado de uma política de segurança pública ineficaz, onde a inércia do poder público impera e as consequências recaem sobre a população.
Violência em Conquista: o preço do abandono
Leitor, pense em quantas vezes você viu notícias de assaltos, invasões a residências, arrombamentos e furtos ao longo de 2024. Vitória da Conquista esteve sob ataque constante. Foram comerciantes abrindo suas lojas para encontrar destruição e prejuízos. Foram famílias que chegaram em casa e encontraram seu lar violado, revirado.
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E o que foi feito pelas autoridades? Nada. Nenhum plano eficaz, nenhuma ação estruturada. O comércio ficou vulnerável, a população viveu com medo, e o poder público ignorou todos os sinais.
Ontem, o caso de Natanael foi o clímax desse cenário de abandono. Três mulheres foram brutalmente atacadas, deixando marcas físicas e emocionais que levarão anos para cicatrizar. A tragédia de ontem não é culpa do acaso; ela é consequência direta da negligência das autoridades.
Fechamos o ano com chave de ouro – da inércia e da tragédia. Enquanto isso, o Estado, seja na esfera municipal, estadual ou federal, continua em silêncio.
Policiais fazem milagres, mas até quando?
Enquanto o Estado negligencia, nossos policiais civis e militares seguem sendo verdadeiros heróis. Trabalham com coragem, enfrentando criminosos bem armados, mas com efetivo reduzido, equipamentos insuficientes e nenhuma valorização real. Eles fazem o impossível, mas a pergunta é: até quando?
Os policiais não podem lutar sozinhos. Precisamos de uma força integrada e estruturada. A Guarda Municipal poderia ser uma grande aliada nesse combate, mas está limitada. Desarmada, despreparada e sem investimentos, ela não tem as condições mínimas para atuar de forma efetiva.
O município não pode continuar ignorando essa responsabilidade. Uma Guarda armada e treinada seria um reforço indispensável para a segurança pública. Mas, até agora, tudo o que vemos é a letargia do poder público municipal condenando Vitória da Conquista à insegurança.
Impacto nas vítimas: até quando vamos aceitar isso?
O caso Natanael não é apenas um número nas estatísticas de violência. Ele é um retrato humano de como a falta de políticas públicas efetivas destrói vidas. Franciele, Letícia e Thaiane não apenas carregam feridas físicas, mas agora enfrentam traumas emocionais que poderiam ter sido evitados.
Essas mulheres foram vítimas da violência que cresce quando o Estado falha. E nós, enquanto sociedade, não podemos continuar aceitando que tragédias como essa sejam tratadas como “casos isolados.”
Autoridades em silêncio enquanto a população sofre
O Município, em sua letargia surreal, permanece incapaz de estruturar a Guarda Municipal, armar e treinar seus agentes. O Governo Estadual não fornece o suporte necessário à Polícia Militar e Civil, que trabalham com efetivos abaixo do ideal. A União, por sua vez, falha em criar políticas nacionais que auxiliem cidades de médio porte, como Vitória da Conquista, a enfrentar a criminalidade crescente.
Não adianta discursos ou promessas vazias. O que precisamos são ações concretas e urgentes. A segurança pública é um direito básico, não um favor. Enquanto o Estado em todas as suas esferas não cumprir seu papel, continuaremos vendo casos como o de ontem se repetirem.
Superação e mobilização
O caso Natanael encerra um ano de violência e descaso, mas não pode ser apenas mais uma tragédia esquecida. Vitória da Conquista merece mais. As vítimas – Franciele, Letícia e Thaiane – merecem justiça. E todos nós, cidadãos conquistenses, merecemos uma cidade onde possamos viver e trabalhar sem medo.
Que Deus interceda por essas mulheres e traga cura para os traumas que enfrentaram. Mas que a nossa fé venha acompanhada de ação. Não podemos permitir que a segurança pública continue sendo negligenciada.
É hora de cobrar das autoridades. Cobrar do Município, do Estado e da União. Eles nos devem explicações. E é nossa responsabilidade garantir que essas explicações se transformem em mudanças reais. Quantas tragédias ainda serão necessárias para que as autoridades cumpram seu dever?
Leonardo Mascarenhas
Vivendo e Respirando o Direito há mais de 21 anos
Leonardo Mascarenhas
Vivendo e Respirando o Direito há mais de 21 anos.
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Seu texto é bem pertinente, contudo, faltou chamar a responsabilidade à figura do Judiciário! Esse tem sido um vilão para a sociedade e as forças de segurança pública! As forças policiais fazem além do que lhe cabem, mas, o judiciário tem deixado os perpetradores com a sensação de que no Brasil, vale a pena cometer qualquer tipo de crime!
Enquanto estivermos sob o manto de um ordenamento jurídico Nacional, os bandidos vão se dar bem! Deveríamos pensar em uma estrutura jurídica estadual! Em que cada Estado tivesse condições de criar e legislar, teríamos condições de endurecer as leis para os indivíduos que gostam de viver as margens das leis! Deus nos ajude!! Um Feliz Natal !