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Inflação no Brasil: O Que o Governo Está Fazendo Certo e Errado?

Conquista News
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Por Leonardo Mascarenhas – ConquistaNews

Nos últimos meses, os brasileiros têm sentido o peso da inflação no bolso. Mas por que os preços sobem? Se há tanto dinheiro circulando, por que ele não chega até o cidadão comum? E, olhando para o cenário internacional, como os cortes de gastos nos EUA e na Argentina estão impactando suas economias? Vamos explicar tudo isso de forma simples.

O que é inflação e por que ela acontece?

Inflação significa que o dinheiro perde valor. Imagine que você compra um suco por R$ 5,00. No mês seguinte, ele custa R$ 6,00. Isso não significa que o suco ficou melhor – significa que seu dinheiro vale menos e compra menos coisas.

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Agora, por que isso acontece? O problema surge quando há muito dinheiro circulando, mas a quantidade de produtos e serviços não aumenta no mesmo ritmo.

Aqui está a grande dúvida: se tem mais dinheiro no mercado, por que eu não vejo esse dinheiro na minha conta bancária?

Isso acontece porque esse dinheiro extra não chega direto na mão do cidadão. Ele entra na economia de formas indiretas, como:
1. O Governo Gasta Mais Do Que Arrecada
• O governo arrecada impostos, mas quando gasta mais do que recebe, precisa cobrir esse déficit.
• Para isso, ele pode pegar dinheiro emprestado ou imprimir mais dinheiro.
• Esse dinheiro vai para projetos, funcionários públicos e contratos com empresas. Ou seja, circula, mas não vai diretamente para o bolso da população.
2. Os Bancos Criam Dinheiro Ao Emprestar
• Quando você financia um carro, a montadora recebe o dinheiro à vista, mas você pagará em parcelas.
• Esse dinheiro “novo” entrou na economia sem que tivesse sido gerado por trabalho ou produção.
• Se muitas pessoas pegam empréstimos ao mesmo tempo, mais dinheiro circula, mas não significa que a economia produziu mais carros.
3. Programas de Auxílio e Benefícios Econômicos
• Quando o governo injeta dinheiro em benefícios sociais, aposentadorias ou programas emergenciais, ele aumenta o dinheiro disponível para consumo.
• Se a produção de bens e serviços não cresce na mesma velocidade, os preços sobem, pois há mais gente querendo comprar os mesmos produtos.

Medidas do Governo Brasileiro: O Que Foi Certo e Errado?

✅ Medidas Positivas:
• Reforma Tributária (2023): Reduziu impostos sobre a cesta básica, o que pode ajudar a conter a inflação dos alimentos.
• Programa “Desenrola Brasil” (2023): Permitiu que milhões de brasileiros renegociassem suas dívidas, facilitando o acesso ao crédito.
• Juros Elevados: O Banco Central manteve a taxa Selic alta para conter a inflação, pois juros altos desestimulam o consumo e ajudam a frear os preços.

❌ Erros do Governo:
• Aumento de Gastos Públicos: Mesmo com inflação alta, o governo aumentou as despesas em setores não essenciais, pressionando a dívida pública.
• Flexibilização do Teto de Gastos: O governo alterou as regras para poder gastar mais, o que gera incerteza e pode afastar investimentos.
• Alta Carga Tributária para Empresas: O setor produtivo continua pagando muitos impostos, o que dificulta investimentos e a geração de empregos.

EUA: Cortes de Gastos e Cheque para a População – Vai Gerar Inflação?

Nos EUA, Elon Musk liderou cortes de gastos no governo, economizando trilhões de dólares. Agora, o presidente Donald Trump estuda depositar US$ 5.000 para cada cidadão americano. Mas isso não pode aumentar a inflação por lá? Depende de um equilíbrio entre os cortes e a distribuição de dinheiro.
• Como o governo gastava mais do que arrecadava, os cortes de Musk reduziram a quantidade de dinheiro que entrava no mercado via governo.
• Agora, Trump quer devolver parte dessas economias diretamente à população.
• Se a redução de gastos for maior do que o valor distribuído, a economia pode segurar a inflação, pois menos dinheiro circulará no mercado.
• Se o dinheiro devolvido for maior do que a economia nos cortes, pode haver aumento da inflação, pois mais pessoas terão poder de compra ao mesmo tempo, elevando os preços.

Esse modelo é muito diferente do que acontece no Brasil, onde o governo aumentou os gastos, mas não reduziu despesas para equilibrar as contas.

Argentina: Cortes Radicais e o Impacto no Bolso da População

Na Argentina, o presidente Javier Milei tomou um caminho bem diferente: cortou drasticamente os gastos públicos, sem distribuir dinheiro extra para a população.

Resultados:
✔️ A inflação caiu abaixo de 100% pela primeira vez em anos.
✔️ O governo conseguiu um superávit fiscal, ou seja, gastou menos do que arrecadou.
❌ Mas a pobreza aumentou, pois os cortes atingiram serviços essenciais, e muitas pessoas perderam benefícios que ajudavam a pagar suas contas.
❌ O PIB caiu 4%, pois menos dinheiro circulando na economia reduziu o consumo e os investimentos.

A grande lição da Argentina é que reduzir a inflação rapidamente tem um custo social alto. Para evitar esse efeito, um governo precisa equilibrar os cortes com incentivos à economia, como redução de impostos para empresas gerarem empregos.

Conclusão: O Brasil Está no Caminho Certo?

O governo brasileiro adotou medidas positivas, como a reforma tributária e a renegociação de dívidas, mas errou ao aumentar gastos e flexibilizar o teto fiscal. Isso mantém a inflação pressionada e faz com que os preços continuem subindo.

Ao analisar EUA e Argentina, vemos dois extremos:
• Os EUA estão tentando equilibrar cortes de gastos com devolução de dinheiro à população. Se bem feito, pode funcionar sem gerar inflação.
• A Argentina cortou gastos de forma radical, reduzindo a inflação, mas aumentando a pobreza e o desemprego.

Para o Brasil conter a inflação sem prejudicar a população, o caminho ideal seria:
✅ Reduzir gastos públicos sem afetar serviços essenciais.
✅ Diminuir impostos sobre empresas para estimular empregos.
✅ Manter juros altos até a inflação cair de forma consistente.

Se o governo não tomar medidas para equilibrar as contas, o dinheiro do brasileiro continuará perdendo valor, e os preços seguirão subindo.

Em outro texto, explicaremos como aumentar a quantidade de produtos e serviços no mercado, o que é fundamental para reduzir a inflação sem prejudicar o crescimento econômico.

Por Leonardo Mascarenhas
Vivendo e Respirando o Direito há mais de 21 anos.

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