Nos últimos meses, tenho vivido uma experiência nova e extremamente enriquecedora: ser colunista do Conquista News. Esse espaço me deu algo que valorizo profundamente: liberdade. Liberdade para abordar temas que realmente importam, elogiar quando necessário, criticar quando inevitável e, acima de tudo, fugir de qualquer rótulo partidário.
Não me interessa agradar um lado ou outro, mas sim analisar os fatos com sinceridade e fidelidade aos princípios que acredito. A política não pode ser reduzida a um jogo de torcidas organizadas. Meu compromisso aqui é com a verdade, com o pensamento crítico e com o que é justo.
Dito isso, vamos ao tema de hoje.

O Brasil Precisa de Gestão, Não de Soluções Simplistas
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O presidente Lula, em mais uma de suas declarações polêmicas, sugeriu que os brasileiros simplesmente deixem de comprar produtos caros para forçar uma redução de preços. Sua lógica? A lei da oferta e demanda, um princípio econômico real e bem fundamentado.
De fato, essa teoria estabelece que:
✅ Se a demanda por um produto cai, os preços tendem a diminuir.
✅ Se a demanda sobe e a oferta se mantém ou cai, os preços tendem a aumentar.
A fala do presidente, à primeira vista, parece um conselho prático. Mas, como acontece com frequência, Lula simplifica um problema complexo, ignorando nuances fundamentais da economia e da vida real.
A lei da oferta e demanda funciona em mercados altamente competitivos, onde o consumidor tem liberdade para escolher e há uma grande variedade de fornecedores disputando clientes. No entanto, essa lógica não se aplica a todos os cenários, e a economia brasileira está longe de ser um exemplo de concorrência perfeita.
O Consumidor Não é o Regulador da Economia
Ao sugerir que a população “eduque” o mercado recusando-se a comprar produtos caros, Lula transfere para o cidadão comum uma responsabilidade que deveria ser do governo e do próprio mercado.
📌 O consumidor não regula a inflação.
📌 O consumidor não define os custos de produção.
📌 O consumidor não tem controle sobre impostos, taxas, juros e política monetária.
A alta dos preços não é apenas resultado de escolhas individuais, mas sim de fatores macroeconômicos que exigem gestão pública eficiente. Quando o governo falha no controle da inflação e na política econômica, jogar a culpa no comportamento do consumidor é, no mínimo, um desvio de responsabilidade.
Inflação no Brasil: O Verdadeiro Problema
O Brasil tem enfrentado um cenário inflacionário preocupante, com alta nos preços dos alimentos, combustíveis e outros bens essenciais. A inflação corrói o poder de compra, atinge principalmente os mais pobres e reduz a qualidade de vida da população.
Os motivos para isso?
🔹 Falta de planejamento econômico sólido.
🔹 Gastos públicos elevados sem controle adequado.
🔹 Política fiscal errática, que gera insegurança no mercado.
🔹 Falta de incentivos à produção e à competitividade.
Ao invés de propor políticas eficazes para combater a inflação, Lula opta por uma solução ingênua e simplista, que ignora o fato de que o brasileiro não pode simplesmente parar de consumir itens essenciais.
E Se Lula Estivesse Certo? O Fator Essencialidade
Mesmo que a lógica de Lula fosse válida, teríamos que considerar a essencialidade dos produtos. Não é todo bem de consumo que pode ser evitado ou substituído sem prejuízo real para a população.
📌 Produtos Supérfluos (não essenciais) – Aqui, sim, o consumidor pode decidir não comprar e esperar preços melhores. Exemplo: eletrônicos, bens de luxo, lazer.
📌 Produtos Essenciais (indispensáveis) – O consumidor não tem opção. Alimentos básicos, remédios, energia elétrica, combustíveis, transporte público, moradia… São bens que não podem ser evitados, mesmo com preços altos.
Se a inflação atinge esses itens, não há como pressionar o mercado pela simples “falta de compra”. O cidadão precisa deles para viver, e é justamente aí que a ação governamental se faz necessária.
Conclusão: A Economia Precisa de Gestão, Não de Retórica
Lula tenta simplificar um problema complexo e transfere para o consumidor uma responsabilidade que cabe ao governo. A inflação não se resolve com discursos, mas com gestão econômica eficiente, controle de gastos públicos, incentivos à produção e uma política fiscal equilibrada.
O governo federal tem sido incapaz de administrar a economia de forma eficaz e, ao invés de reconhecer isso, joga no colo da população a missão de regular preços por meio de um comportamento de consumo que, na prática, não se sustenta quando falamos de bens essenciais.
A verdade é que o Brasil precisa de políticas concretas, não de discursos vazios. E enquanto essa mentalidade não mudar, o brasileiro continuará pagando o preço da má gestão, consequência de uma má votação.
Leonardo Mascarenhas
Vivendo e Respirando o Direito há mais de 21 anos.

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