Ad imageAd image

Violência contra a mulher: situação preocupa e pede iniciativas como a campanha 21 Dias de Ativismo

Conquista News
5 leitura mínima

 

Palestra sobre autocuidado, no Crav

A partir desta quinta-feira (21), por meio da campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher, a Prefeitura de Vitória da Conquista coloca novamente em discussão a situação da violência de gênero no município, assim como as iniciativas destinadas a combatê-la. A abertura oficial da campanha acontece às 14h30, no Planetário Professor Everardo Públio de Castro, situado no Centro Cultural Glauber Rocha.

- Anúncio-

A programação, que se estende até 10 de dezembro, foi elaborada a partir de dados sobre a violência contra a mulher em Vitória da Conquista e das políticas públicas desenvolvidas pelo Governo Municipal para acolher esse público. Para se ter uma ideia, o Centro de Referência Albertina Vasconcelos (Crav) acolheu, em 2024, 272 mulheres vítimas de violência. Atualmente, cerca de 200 mulheres estão em acompanhamento no serviço. Até setembro deste ano, já haviam sido feitos quase 1.800 atendimentos sociais, entre consultas psicológicas e auxílio jurídico. O total de atendimentos realizados desde 2017 já se aproxima da marca de 14 mil.

Segundo dados da 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, da Comarca de Vitória da Conquista, em 2023, foram concedidas 723 medidas protetivas no município. Um feminicídio foi registrado em 2022, e dois em 2023. Diante do quadro de violência contra a mulher em Conquista, o dia 7 de agosto foi instituído como Dia Municipal de Combate ao Feminicídio, em homenagem à vítima Sashira Camilly Cunha Silva, assassinada aos 19 anos, em 2021.

Números da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) indicam que, em 2020, o plantão registrou 2.004 ocorrências de violência contra mulheres. No mesmo ano, foram instaurados 1.627 inquéritos, além da solicitação de 493 medidas protetivas e da realização de 159 flagrantes.

Luta em conjunto

A secretária municipal de Políticas para Mulheres, Viviane Ferreira, interpreta a campanha 21 Dias de Ativismo como mais uma soma de forças, a fim de modificar a situação local. “Entendemos o importante papel da rede de proteção às mulheres. Cada ator, cada órgão, a sociedade civil, as entidades, precisam unir forças pela erradicação da violência contra as mulheres”, defende Viviane.

Para a titular da SMPM, o Governo Municipal cumpre seu papel ao coordenar ações coletivas como essa. “A gestão municipal vem atuando em parceria com diversos órgãos para garantir a efetividade do direito das mulheres, acolhendo, direcionando e realizando ações para conscientizar a nossa comunidade sobre a importância de encamparmos essa luta de forma conjunta”, avalia Viviane.

“Afinal, é um problema que reflete em todos nós, colocando cada um como responsável pela mudança desse cenário drástico que afeta e mata nossas mulheres”, arremata a secretária.

Acordo assinado entre a Prefeitura e a Deam

Parceria com a Deam

Entre as iniciativas práticas nesse sentido, há o acordo de cooperação técnica firmado em 2023, entre a Prefeitura e a Deam, com o objetivo de prestar atendimento a mulheres vítimas de violência no município. Como resultado do acordo, uma extensão do Crav foi instalada na sede da delegacia, com a missão de oferecer um primeiro acolhimento às vítimas, antes de direcioná-las aos outros setores da rede de apoio.

Entre as razões da parceria estão a expectativa de maior cobertura e atendimento aos casos de violência de gênero em âmbito municipal. Na época, a Deam registrava, em média, 100 denúncias desse tipo por mês, enquanto, no Crav, o mesmo número não costumava passar de 20.

Caminhada de mulheres no Orquidário

Situação preocupante no Brasil

10ª Pesquisa Nacional de Violência Contra a Mulher, divulgada em fevereiro deste ano pelo Instituto DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher Contra a Violência (OMV), mostrou que, em média, 62% das mulheres brasileiras consideram o Brasil um país muito machista.

Segundo o mesmo levantamento, 53% das baianas acreditam que as mulheres não são tratadas com respeito no país. O índice da Bahia é superior à média nacional, que ficou em 46%

A pesquisa mostra ainda que 68% das brasileiras conhece alguém (amiga, familiar ou conhecida) que já sofreu violência doméstica. Entre as amostragens por estado, o número mais alto – e, portanto, a situação mais preocupante – foi do Tocantins, onde esse índice chegou a 75%. No mesmo quesito, a Bahia alcançou média de 65%.

Deixe um comentário

Send this to a friend