Após 15 anos de promessas não cumpridas, rodovias em ruínas e um rastro de mortes evitáveis, a ViaBahia finalmente será afastada da gestão das BRs 116 e 324, entre outras rodovias importantes da Bahia. O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou o encerramento do contrato de concessão da empresa, colocando um ponto final em uma das piores administrações rodoviárias do país.
O que deveria ser uma parceria público-privada para modernizar nossas rodovias se tornou um escândalo de ineficiência e descaso, com a ViaBahia acumulando anos de descumprimentos contratuais, sem duplicar estradas, sem realizar manutenções adequadas e, pior, sem garantir a segurança de milhares de motoristas que cruzam diariamente essas vias.

Anos de Descaso, Mortes e Atrasos
Quando assumiu a concessão em 2009, a ViaBahia prometeu uma verdadeira revolução: duplicações de trechos críticos, manutenção constante e melhorias na infraestrutura. Nada disso aconteceu. Pelo contrário, as BRs 116 e 324 viraram armadilhas mortais.
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O resultado? Centenas de mortes e milhares de feridos, em acidentes que poderiam ter sido evitados caso as rodovias estivessem em condições seguras. Trechos essenciais para a economia e mobilidade do estado ficaram abandonados, repletos de buracos, congestionamentos e insegurança, enquanto a concessionária seguiu arrecadando milhões com pedágios sem oferecer a mínima contrapartida.
A desculpa oficial da ViaBahia foi uma guerra judicial contra a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que durou anos e impediu investimentos. Mas a verdade é que houve omissão, falta de compromisso e total desprezo pelo usuário das rodovias.
A Transição e o Futuro das Nossas Rodovias
Agora, com a saída da ViaBahia, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) assumirá temporariamente a gestão das rodovias até que uma nova concessionária seja escolhida, em um leilão previsto para dezembro de 2025. Isso significa que:
• A cobrança de pedágios será suspensa assim que a ViaBahia deixar oficialmente a administração.
• O DNIT ficará responsável pela manutenção emergencial das rodovias, incluindo recuperação do asfalto, limpeza das vias e reforço da sinalização.
• A nova concessão, quando definida, terá um plano de investimento estimado em mais de R$ 20 bilhões, com metas claras de duplicação e modernização.
A promessa é que a nova empresa seja mais eficiente, rápida e responsável. Mas quem vive na Bahia sabe que promessas já foram feitas antes — e o que aconteceu foi um completo abandono das nossas estradas.

O Escândalo da Indenização à ViaBahia
Se a ViaBahia não cumpriu o contrato e colocou milhares de vidas em risco, qual deveria ser sua punição? Uma multa bilionária? A responsabilização criminal dos gestores? Nada disso. A concessionária ainda será indenizada em R$ 681 milhões pelo governo federal.
Isso mesmo: depois de anos de negligência, a empresa sai com os bolsos cheios, enquanto os motoristas baianos seguem pagando o preço por rodovias destruídas e atrasos históricos. O mais absurdo é que a ViaBahia vai receber esse dinheiro justamente por não ter investido o suficiente na infraestrutura, uma situação surreal que apenas evidencia a falência do nosso modelo de concessões.
O Que as Autoridades Precisam Fazer Agora
A saída da ViaBahia é um alívio, mas não pode ser vista como uma solução definitiva. Se o novo contrato for tão falho quanto o anterior, daqui a 15 anos estaremos discutindo o mesmo problema, só que com novas vítimas na estrada.
O governo precisa garantir que a nova concessionária cumpra rigorosamente os prazos, com punições reais para qualquer atraso ou falha no serviço. Além disso, a população precisa acompanhar de perto o processo de concessão, exigindo transparência e fiscalização constante.
A Luta do Movimento Duplica Sudoeste e a Proposta de Intervenção do Exército
Diante desse cenário, o movimento Duplica Sudoeste, liderado pelo incansável José Maria Caires, vem desempenhando um papel essencial na luta pela duplicação das rodovias do sudoeste baiano. Há anos, José Maria tem sido uma das vozes mais ativas contra a negligência da ViaBahia e em defesa da segurança dos motoristas, pressionando autoridades, promovendo debates e mobilizando a sociedade para essa causa urgente.
O Duplica Sudoeste agora defende a intervenção do Exército na administração das rodovias, e a proposta faz sentido. O Exército Brasileiro já demonstrou capacidade de executar obras de infraestrutura de forma rápida e eficiente, evitando os longos processos licitatórios, que muitas vezes atrasam os projetos e aumentam os custos. Além disso, com o Exército à frente, teríamos obras de qualidade garantida e um controle mais rigoroso dos gastos públicos.
Se o poder público permitir que mais uma concessionária tome conta das nossas rodovias sem garantir prazos rígidos, fiscalização severa e compromisso real com a segurança, estaremos apenas repetindo o erro da ViaBahia. A nova gestão precisa ser cobrada desde o primeiro dia, e o exemplo do Exército pode ser um caminho viável para assegurar que as rodovias baianas finalmente recebam o investimento que sempre foi prometido, mas nunca cumprido.
Chega de desculpas, chega de rodovias esquecidas e, principalmente, chega de concessões que favorecem empresas enquanto o cidadão paga com a vida. O afastamento da ViaBahia é uma vitória para a Bahia, mas a luta por rodovias seguras e dignas ainda não acabou.

Leonardo Mascarenhas
ConquistaNews
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