Por: Leonardo Mascarenhas
Lá atrás, estudei pelos livros de Michel Temer. O manual de Direito Constitucional que ele escreveu foi uma das bases técnicas da minha formação jurídica. Texto direto, sólido, sem enfeites. Hoje, continuo acompanhando seus passos, mas sob outra ótica. Observo com atenção, e sim, com admiração, sua notável capacidade de desenhar caminhos políticos. Posso eventualmente não concordar com os rumos que ele propõe, mas não posso deixar de reconhecer que ele sabe abri-los como ninguém.
Michel Temer é doutor e professor de Direito Constitucional. Já presidiu a Câmara dos Deputados, ocupou a Vice-Presidência da República e assumiu a presidência em um dos períodos mais instáveis da história recente. Mas é nos bastidores que ele realmente opera. Não precisa de mandato para influenciar. Não precisa de palanque para ser ouvido. Sua força está na articulação, no conhecimento profundo das instituições e na leitura precisa do tempo político.

Temer vem se reunindo com nomes que representam hoje o que há de mais influente na política nacional. Governadores como Tarcísio de Freitas, Romeu Zema, Eduardo Leite, Ronaldo Caiado e Ratinho Júnior. Figuras com densidade eleitoral, capacidade administrativa e potencial de protagonismo em 2026. Temer não apenas os ouve. Ele organiza. Conecta. Aponta direções.
- Anúncio-
Enquanto o país se perde entre extremos que gritam e se anulam, Temer constrói. Com discrição, está articulando o que talvez venha a ser o novo eixo de estabilidade nacional.
Sua proposta de semipresidencialismo, com referendo popular marcado para 2030, merece atenção. A ideia é manter a escolha popular para a presidência da República, mas transferir a chefia de governo para um primeiro-ministro indicado pelo Parlamento. O modelo, já consagrado em países que prezam pela estabilidade institucional, permitiria ao Brasil reduzir o personalismo, conter as crises entre os Poderes e melhorar a governabilidade. Não é uma solução improvisada. É uma proposta constitucionalmente sólida, tecnicamente viável e politicamente madura.
Não é de hoje que venho dizendo que o Brasil precisa e já começou a caminhar para o centro. Um centro que represente racionalidade, responsabilidade e compromisso institucional. A movimentação de Michel Temer apenas confirma o que já venho observando. E não que eu esteja me comparando a ele. Mas é inegável que aprendi com Temer não apenas o Direito, mas também a arte de analisar a política de forma fria, estratégica e sem paixões.
Temer não é unanimidade. Os extremos não o toleram. A esquerda o rejeita por ter sido protagonista do impeachment. A direita o acusa de moderação excessiva. Mas os que decidem continuam ouvindo o que ele diz. Empresários. Líderes do Judiciário. Articuladores políticos sérios. Todos sabem que, quando ele fala, é porque há algo acontecendo. E quando se move, é porque está prestes a acontecer.

Não escrevo este texto como defensor de Michel Temer. Escrevo como alguém que compreende política. Como alguém que já viu o suficiente para saber que o Brasil não pode continuar sendo governado entre insultos. O país precisa de equilíbrio. Precisa de previsibilidade. Precisa de Constituição. E, hoje, queira-se ou não, Michel Temer é uma das vozes que mais compreende o funcionamento real das engrenagens do poder.
Quem não enxerga isso agora, vai entender mais tarde. Quando tudo já tiver sido construído por ele.

Leonardo Mascarenhas
Vivendo e respirando o Direito há mais de 21 anos.
- Like
- Digg
- Tumblr
- VKontakte
- Buffer
- Love This
- Odnoklassniki
- Meneame
- Blogger
- Amazon
- Yahoo Mail
- Gmail
- AOL
- Newsvine
- HackerNews
- Evernote
- MySpace
- Mail.ru
- Viadeo
- Line
- Comments
- SMS
- Viber
- Telegram
- Subscribe
- Facebook Messenger
- Kakao
- LiveJournal
- Yammer
- Edgar
- Fintel
- Mix
- Instapaper
- Copy Link