Antes de tudo, quero chamar atenção do leitor mais desavisado: este não é um texto de defesa de bandeiras partidárias, tampouco uma tentativa de justificar condutas. É, sim, uma análise política, fria e sensorial, sobre a conjuntura do País. Trato aqui de percepções que venho expondo há meses em entrevistas e textos, mesmo quando muitos insistiam em minimizar ou ridicularizar essas leituras.
E também faço um alerta: ainda que vivamos em meio a absurdos jurídicos, desde a época da prisão de Lula até agora com o julgamento de Bolsonaro, continuo tendo o direito de pensar e emitir opiniões. E todos deveriam fazer mais esse exercício, ao invés de apenas reproduzir conteúdos prontos e rasos. Esse comportamento acrítico apenas atrasa o País e empobrece o desenvolvimento individual. Não à toa, seguimos elegendo tão mal em todas as eleições.
O que eu já havia dito
Em entrevistas de rádio e em textos anteriores, eu alertei que PP e União Brasil deixariam o governo Lula. Afirmar isso, à época, parecia exagero para alguns, mas hoje está confirmado.
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Também escrevi sobre a articulação de Michel Temer, destacando sua habilidade de bastidor, e muitos confundiram essa análise como se fosse defesa pessoal dele. Não era. Era apenas constatação política. Temer, historicamente, tem vínculos com Alexandre de Moraes, e ambos sempre dialogaram com o centrão. Negar isso é ignorar fatos.
Apontei ainda que o Supremo Tribunal Federal vem adotando condutas que beiram o ativismo desmedido. Critiquei esses excessos, mas deixei claro que poderia haver algo maior em curso: uma verdadeira ópera política e judicial para retirar os dois extremos, o radicalismo da direita e o radicalismo da esquerda, da cena eleitoral.
O que estamos vendo agora
O abandono de PP e União Brasil da base de Lula é mais do que um gesto administrativo: é uma sinalização clara de reposicionamento para 2026. Não querem mais ser coadjuvantes, querem influenciar diretamente no processo sucessório.
Disse também que o União Brasil impulsionaria Ronaldo Caiado. E, de fato, os movimentos de bastidor já demonstram que o partido prepara terreno para projetar seu nome nacionalmente, seja como candidato direto à presidência, seja como peça essencial numa chapa.
Some-se a isso a possibilidade de um bloco articulado com nomes como Zema, Tarcísio e Ratinho Jr, e temos um desenho cada vez mais plausível: uma frente de centro-direita que pode se consolidar como alternativa aos dois polos que hoje concentram o debate nacional.
Reflexão final
Repito: não é defesa de nomes ou partidos. É análise da realidade. Quando a conjuntura mostra que STF, Temer, centrão e partidos como União Brasil e PP se movem de forma quase sincronizada, não é delírio enxergar uma grande recomposição política em curso.
Eu avisei. Não porque quero estar certo, mas porque é meu dever, como cidadão que observa a política de perto, apontar o que vejo. O futuro dirá se essa leitura se confirmará integralmente. Mas, por ora, os fatos já começam a mostrar que não era exagero.
Não pode ser por acaso que o meio judiciário e o meio político, cada um com suas armas, tenham iniciado um verdadeiro fuzilamento das extremas. Tudo parece convergir para que o centrão assuma o poder nas próximas eleições, com ares de equilíbrio e moderação.

Leonardo Mascarenhas
Vivendo e Respirando o Direito há mais de 21 anos
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