Era esperado que o Flamengo fosse superior, mas a estratégia do Athletico-PR conseguiu equilibrar o confronto. Então, apenas um detalhe seria suficiente para definir a partida e o imponderável aconteceu com a perda, pelos dois times, de jogadores importantes nos seus esquemas. O cenário se alterou radicalmente e o Flamengo estabeleceu sua supremacia, conquistando o título de Tricampeão da América.
A estratégia montada por Luiz Felipe Scolari, no Athletico-PR foi realmente, mais eficaz e poderia ter sido o diferencial da partida, mas as alterações impostas pelas perda dos jogadores foram determinantes no resultado final.
Scolari montou o time paranaense com marcação efetiva no meio-campo, não permitindo que a bola chegasse com qualidade para os atacantes do time carioca, tornando o domínio do Flamengo infrutífero e quase ineficaz. Assim, o Athletico-PR conseguiu equilibrar o jogo, criando as melhores oportunidades da partida.
Porém, como a plataforma tática do Furacão é totalmente condicionada à perfeita atuação dos jogadores, a expulsão do zagueiro Pedro Henrique foi determinante para desorganizar o planejamento, que até aquele momento funcionava perfeitamente. A não alteração imediata da estrutura, permitiu que o Flamengo fosse cirúrgico e convertesse o gol da vitória.
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A desorganização da defesa do Furacão fez surgir o espaço da jogada bem construída pelo Flamengo que converteu o gol da vitória. Como o time carioca está acostumado a propor o jogo, foi praticamente natural o envolvimento da defesa do Athletico-PR e o gol de Gabriel – Gabi.
No segundo tempo da partida, o Athletico mudou seu planejamento inicial, mas como é um time baseado no conservadorismo, não conseguiu a organização necessária para competir com a alta qualidade técnica do Flamengo. O time carioca que é acostumado a ser protagonista dos jogos, tendo boa movimentação e posse de bola, naturalmente assumiu o controle do jogo.
A vantagem do Flamengo somada à característica controladora da equipe foram os ingredientes necessários para modificar o cenário da partida. O Athletico-PR continuou lutando com as armas que possuía, mas precisava de mais qualidade no meio-campo. Scolari optou por priorizar a organização do setor defensivo e só tornou o time mais criativo no final do jogo, não tendo tempo hábil para conseguir o empate.
O Flamengo conduziu o Athletico-PR a ter o comportamento adequado para tornar real sua superioridade técnica em campo. Mesmo com a perda precoce do lateral Filipe Luís, que se lesionou no início da partida, o rubro-negro carioca se recompôs. Seu substituto, o jovem Ayrton Lucas, tem características mais ofensivas e pode ter contribuído para a expulsão do zagueiro do time paranaense, talvez mudando toda a história dessa final da Libertadores.
Esse bom momento da equipe carioca e o título ficam condicionados à organização que Dorival Júnior conseguiu criar na equipe. Antes de Dorival, o Flamengo era um time com elenco qualificado, mas que não tinha facilidade em traduzir a qualidade dos jogadores em performance coletivamente equilibrada. Hoje, o Flamengo tem identidade clara de jogo, agregando qualidade tática aos desempenhos individuais. Dorival conseguiu trazer unidade ao coletivo da equipe.
Foram vários fatores que contribuíram para formação dessa unidade coletiva. Dentre eles estão a efetivação da dupla de zaga com Léo Pereira e David Luiz e do goleiro Santos. No meio-campo Everton Ribeiro foi deslocado para jogar em zona mais centralizada e Gabi foi deslocado para atuar pelos lados, deixando sua vaga aberta para Pedro.
O atacante Pedro se tornou titular inquestionável e como faz muito bem a função de homem de referência, enriqueceu ainda mais o esquema de Dorival. Além disso, tem sua convocação quase certa para atuar pela Seleção Brasileira na Copa do Catar, podendo suprir uma das lacunas mais latentes no grupo de Tite.
E, o atacante Gabi teve que se reinventar e mostrou toda a plasticidade que possui, se adaptando à nova função. Passou a ser mais organizador do que definidor propriamente dito, mas não deixou de ser goleador e de manter seu protagonismo.
Todas essas alterações táticas não dariam o resultado obtido, se o grupo não tivesse “comprado” a ideia do treinador. O Flamengo com Dorival Júnior, se tornou uma equipe que consegue entregar futebol qualificado e eficaz.
Competições com final única dá espaço para que o imponderável atue com maior força. Poderíamos até pensar que houve descaracterização no confronto, mas o poderio técnico do Flamengo é indiscutível, o que torna a vitória justa neste jogo e valida a campanha que não teve nenhuma derrota. Dos 13 jogos disputados na Libertadores, o Mengão venceu em 12 oportunidades e empatou apenas o confronto contra o Talleres, da Argentina.
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